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quarta-feira, 15 de outubro de 2014
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Tomás
Antônio Gonzaga
A poesia
árcade e a crítica política
Por
Danieli Chagas
“Os
árcades regiam contra os excessos barrocos por considerá-los exemplos de”mau-gosto
“: era preciso degolar a” hidra do mau-gosto “. O Barroco representava, no seu
entender, o desrespeito ao ideal Clássico que norteara a literatura praticada
pelo Renascimento. Impunha-se, pois, restituir o equilíbrio Clássico,
remontando às suas fontes originais, na Antigüidade greco-latina”.
A
afirmação acima, presente no Dicionário de termos literários, de Massaud
Moisés, expressa, em suma, o que foi o movimento literário Arcadismo. Começa a
configurar-se uma valorização da simplicidade em detrimento do rebuscamento
Barroco. Essa rejeição tradicional pelo movimento literário anterior se dá
também pelos ideais iluministas que colocam a razão e a ciência em lugar da fé,
tornando, agora, ilegítima a dualidade do homem barroco.
O
Arcadismo, ou Neoclassicismo, não tem esses nomes em vão. Antes os mesmos possuem
íntima relação com a natureza de suas obras – No Brasil, principalmente em se
tratando de Tomás Antônio Gonzaga. O pastoralismo, característica evidenciada
principalmente nas obras contidas em “Marília de Dirceu” que retratam a
primeira fase de sua poesia, é a representação do Fugere Urbem, a preferência do campo em relação à cidade com
inspiração na Arcádia – região da Grécia onde pastores e poetas, chefiados pelo
deus Pã, dedicavam-se à poesia e ao
pastoreio.
“Enquanto pasta alegre o manso gado,
Minha bela Marília, nos sentemosÁ sombra deste cedro levantado.Um pouco meditemosNa regular beleza,Que em tudo quanto vive, nos descobreA sábia natureza.(Lira XIX (1ª parte) de Marília de Dirceu)
Neoclassicismo pela retomada
do interesse pela Antiguidade greco-latina.
“Estão os mesmos deuses
sujeitos ao poder do ímpio
fado:
Apolo já fugiu do céu
brilhante,
Já foi pastor de gado.”
(Fragmento da Lira XXXIV, de “Marília de Dirceu”).
É muito presente, também, nas
obras árcades o motivo Carpe Diem
que, tendo por argumento a efemeridade da vida e da beleza, é usado pelo poeta
para convidar a amada a usufruir o amor enquanto é tempo.
“Que havemos de esperar,
Marília bela?
Que vão passando os
florescentes dias?
As glórias que vêm tarde, já
vem frias, e
Pode, enfim, mudar-se a
nossa estrela.
Ah! Não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes
que faça
De estrago de roubar ao
corpo as forças,
E ao semblante a graça”
(fragmento da Lira XXXIV de “Marília de Dirceu”)
Embora seja “Marília de Dirceu”
considerada uma das obras mais características do Arcadismo brasileiro, traz na
segunda fase da poesia de Tomás Antônio Gonzaga, em especial, também contida
nesta obra, a imagem de um Dirceu pré-romântico, entregue ao pessimismo e à
auto-piedade pela saudade de sua amada Marília, uma vez degredado Tomás Antônio
Gonzaga por conta da Inconfidência Mineira.
“Nesta triste masmorra,
de um semivivo corpo
sepultura,
inda, Marília, adoro
a tua formosura.
Amor na minha idéia te
retrata:
Busca, extremoso, que eu
assim resista
À dor intensa, que me cerca
e mata.”
(fragmento da Lira LXXXI, de Marília de Dirceu “)
Tomás Antônio Gonzaga possui,
entretanto, apenas uma obra lírica. A sua poesia satírica, presente nas “Cartas
chilenas”, cuja autoria já fora motivo para discussão, constitui uma visão
crítica acerca da situação política e econômica de Minas Gerais, que era
sufocada pelos altíssimos impostos cobrados por Portugal como forma de quitar
suas inúmeras dívidas. As “Cartas chilenas” refletem, em particular, as
arbitrariedades de Fanfarrão Minésio, governador do Chile, como forma de
criticar o então governador de Minas Gerais, Luís da Cunha Menezes.
Inicialmente fala da posse de Fanfarrão Minésio e critica a tomada do poder por
alguém não de direito.
“Ah!
pobre Chile, que desgraça esperas!
Quanto
melhor te fora se sentisses
As
pragas, que no Egito se choraram,
Do
que veres que sobe ao teu governo
Carrancudo
casquilho, a quem rodeiam
Os néscios, os marotos e os peraltas!”
(fragmento
da carta I das Cartas chilenas)
E chega a criticar mais
detalhadamente a forma de governo.
“A desordem, amigo, não consiste
em
formar esquadrões, mas sim do excesso.
Um reino bem regido não se forma
Somente de soldados, tem de tudo:
Tem milícia, lavoura e tem comércio.
Se quantos forem os ricos se adornarem
Das golas e das bandas, não teremos
Um só depositário, nem os órfãos
Terão também tutores, quando nisto
Interessa igualmente o bem do Império.
Carece a monarquia dez mil homens
De tropa auxiliar? Não haja embora
De menos um soldado, mas os outros
Vão à pátria servir nos mais empregos,
Pois os corpos civis são como os nossos,
Que tendo um membro forte e outros débeis,
Se devem, Doroteu, julgar enfermos.”
(fragmento da carta IX das Cartas chilenas)
Nota-se em
sua obra, como na obra de outros autores árcades brasileiros, a influência das
novas ideias que corriam a Europa na época. Esses autores, representantes da
intelectualidade brasileira, dão início a um movimento que culmina, no
Romantismo, com a Independência brasileira, fortalecendo cada vez mais o
vínculo existente entre a literatura brasileira e a realidade brasileira.
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
O PROFESSOR E A PROMOÇÃO DA INTERATIVIDADE EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
ARTIGO POR DANIELI SILVA CHAGAS - TERÇA-FEIRA, 22 DE ABRIL DE 2014
Temos visto que, em consequência da influência das novas mídias
nos ambientes utilizados para promover a Educação à Distância,
o tutor que apenas atendia aos alunos periodicamente para esclarecer
dúvidas, hoje possui a função de mediar a aprendizagem na educação online.
Mas será que a responsabilidade de estabelecer um ambiente em que a
interatividade seja uma realidade que incentive e promova uma melhor
relação ensino-aprendizagem repousa apenas sobre o professor tutor?(...)
Artigo completo disponível em: : https://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/56405/o-professor-e-a-promocao-da-interatividade-em-ambientes-virtuais-de-aprendizagem
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